domingo, 29 de maio de 2016

Ressurgir com uma Fênix

Por várias vezes, pelos mais variados motivos, recomeçamos nossa peleia pelo tradicionalismo e agora não será diferente.
Estamos novamente de peito aberto e coração pulsando mais forte para levar adiante nossos ideias de gaúchismo.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O que é ser Gaúcho?

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Todo filho do Rio Grande do Sul é chamado de gaúcho. Mas para ter a honra de assim ser chamado, com o mérito e o respeito que a palavra impõe, não basta ter nascido filho deste chão.
É preciso ter orgulho de quem se é e de onde se nasceu, conhecer suas raízes, suas origens, abraçar a cultura e viver de acordo com os valores da tradição gauchesca.
Serrano ou missioneiro, tradicionalista ou nativista, nascido filho do pago ou gaúcho de coração, são todos irmãos gaudérios que tem em comum o amor e o respeito por este Rio Grande forjado por lutas épicas travadas por um povo de alma guerreira, trabalhadores aguerridos que não se deixam vencer e que não deixam de lutar mesmo se a peleia é grande.
Transcrevemos respeitosamente a seguir,o que na nossa opinião é um texto definitivo sobre o assunto. Escrito por Nilo Bairros De Brum, nascido em Rosário do Sul, criado em Uruguaiana, conhecedor da historia deste chão e talentoso escritor que em suas palavras descreve com maestria sem igual a real essência do que é ser gaúcho.
Ser gaúcho, o que é isso?
Artigo de Nilo Bairros de Brum
Quase sempre que discutimos sobre a essência de alguma coisa, estamos na verdade discutindo sobre as circunstâncias de aplicação de uma palavra. Quando cada um dos contendores esclarece quais as circunstâncias em que usa determinado termo, a discussão acaba. Esta verdade foi a coisa mais importante que apreendi com os filósofos da linguagem. Por isto, ao invés de sair dizendo que o gaúcho é isto ou o gaúcho é aquilo, vou esclarecer algumas circunstâncias históricas, geográficas e culturais em que a palavra é aplicada.
A História do cone sul ensina que o primeiro grupo de pessoas a que foi aplicado esse termo era composto de mestiços descendentes de europeus (náufragos, degredados e desertores) e de índias das nações Minuano e Charrua. Esses mestiços eram nômades que percorriam terras que hoje pertencem ao Uruguai, à Argentina e ao Rio grande do Sul. Não eram súditos de Portugal nem da Espanha; eram homens livres no mais amplo sentido que se possa imaginar. Viviam do abate do gado selvagem, tão livre quanto eles, mas eram tidos como ladrões, pois tanto os portugueses quanto os espanhóis consideravam-se donos das terras e dos gados que nelas viviam. Esses homens foram os primeiros gaúchos. E é errado dizer que eram uruguaios, argentinos ou brasileiros porque eles antecederam essas nações.
Em um sentido meramente geográfico, aplica-se o termo gaúcho às pessoas que nascem no território do Rio Grande do Sul, independentemente da identidade cultural delas. Isto nem sempre foi assim. Houve um tempo em que os habitantes dos grandes centros urbanos do Estado, Porto Alegre principalmente, rejeitavam tanto o termo "gaúcho" quanto a cultura da bombacha.
Em um sentido geográfico-cultural, pode-se aplicar esse termo às pessoas que habitam no corredor das tropas. Este corredor cultural é composto por povoações ao longo de uma rede de caminhos por onde subiam as tropas de gado e de mulas xucras em um ciclo que durou dois séculos e que abrange uma larga faixa que passa pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e sul de São Paulo. É a zona dos birivas, uma cultura que tem traços gaúchos e caipiras.
Finalmente, em um sentido puramente cultural, o termo pode ser aplicado a pessoas que não nasceram no Rio Grande nem no corredor cultural das tropas, mas que adotaram a cultura gaúcha por algum motivo. São, principalmente, os filhos dos migrantes dos estados do Sul que nasceram nos estados do Centro e do Norte e que se identificam com a cultura do Sul. Também existem aqueles que não nasceram no Sul nem são filhos de migrantes, mas que se apaixonam pela cultura gaúcha, assumindo essa identidade.
Aí está. Ser gaúcho é uma questão de identidade, mas não basta apenas sentir-se gaúcho. Ser gaúcho não é apenas um estado de espírito. É preciso agir como gaúcho em todas as situações. Para isto, é necessário estudar a história dos povos do Sul e enfronhar-se na cultura gaúcha, assumindo e vivendo os valores gaúchos.
Texto de Nilo Brum escrito para o site www.paginadogaucho.com.br

sábado, 28 de setembro de 2013

Oigem dos CTG's

WELCI NASCIMENTO
 Terminada a Segunda Guerra mundial, na metade da década de quarenta do século passado, o Brasil entrou numa fase influenciada pela cultura norte-americana, adida ao grande vencedor da guerra. A cultura gaúcha estava no esquecimento. Quase apagada na memória do povo, embora o esforço dos escritores regionalistas e dos grêmios gaúchos. Havia um imobilismo cultural no Rio Grande do Sul. Não tínhamos identidade musical. As emissoras dos gaúchos só rodavam discos do gênero caipira, moda de viola paulista, e o povo, até do interior, tinha constrangimento de usar bombacha.
 Em conseqüência, a cultura estrangeira assumia o seu papel através da música, do modo de vestir, dos meios de comunicação, como revistinhas e cinema. Era preciso sacudir o Rio Grande, fazendo com que o seu povo passasse a cultuar suas tradições e não deixasse morrer o ardor por seu pago.
 Vai daí que um grupo de jovens estudantes do tradicional Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, estudantes na sua maioria originários do interior do Rio Grande, resolveu criar o Departamento Cultural do Colégio, com a finalidade de cultuar as tradições do povo gaúcho, ao ponto de, na garupa do Fogo Simbólico Nacional, criar a Chama Crioula Rio-grandense e fundar o primeiro Centro de Tradições Gaúchas, que foi batizado de "35 CTG", na capital do estado, sementeira do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Convém lembrar alguns nomes desses jovens: Paixão Cortês, Barbosa Lessa, Glaucus Saraiva, Ciro Dutra Ferreira, Orlando Degrazia, João Machado Vieira, Fernando Machado Vieira, Ciro Dias da Costa, Cilço Campos, Antônio Siqueira e o conterrâneo Wilmar W. de Souza, o Provisório.
 0"35 CTG" dinamizou de tal forma o culto às tradições que passou a ser alvo de atenções, primeiramente das principais cidades gaúchas, em seguida de todo o Rio Grande e, atravessando suas fronteiras, principalmente onde havia uma família de gaúchos, migrava para outros estados da federação.
 A idéia cresceu e fez surgir o Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG- porque, a partir do ano de 1954, os CTGs, começaram a se reunir, em congressos tradicionalistas, onde deliberavam seus interesses e exigiam uma coordenação. Dessa forma, surgiu o MTG ( Movimento Tradicionalista Gaúcho) que passou a congregar todas as entidades tradicionalistas, dirigidas por um coordenador ou coordenadora. O MTG tornou-se o catalisador, o disciplinador, o orientador das atividades dos centros de tradições gaúchas, dos departamentos tradicionalistas, dos quadros de laçadores, dos grupos folclóricos, no que diz respeito ao que preconiza a Carta de Princípios do Tradicionalismo Gaúcho, constituindo-se no maior organismo cívico-sócia-cultural do Rio Grande do Sul e, porque não dizer, do Brasil.
 O que antes era vergonha usar, hoje não é mais. A bombacha, o lenço no pescoço, branco ou vermelho, as camisetas coloridas, o chimarrão, já se integraram na vida do dia-a-dia da juventude.
 Hoje, a juventude mostra grande interesse pelo gauchismo. Da mesma forma que esses jovens de bombacha, no informalismo dos festivais e dos rodeios nativistas, espontaneamente fazem cultura, outros grupos também de jovens, contando causos, nos fins de tarde e tomando chimarrão, convocavam, no final da década de 40, seus colegas ginasianos e o povo rio-grandense para uma ação afirmativa, criando o primeiro Centro de Tradições Gaúchas.
 Já se disse que a única coisa que pode salvar um povo do colonialismo é o culto às nossas tradições, sejam elas gaúchas ou nordestinas. Os centros de tradições gaúchas, quando bem dirigidos, procuram devolver às pessoas o que elas perderam, ou temem perder, que é o pago das gerações dos seus ancestrais.
 Aqui no Planalto Médio, o primeiro centro de tradições gaúchas foi idealizado pelos senhores Antônio Donin, Tenebro dos Santos Moura, Jorge Edethe Cafruni, Ney Vaz da Silva e Múcio de Castro. Os três primeiros eram membros da Academia Passo-Fundense de Letras, sendo que a idéia inicial foi do professor Antônio Donin. Depois de inúmeras reuniões em que participaram lideranças da cidade e interior, em 24 de março de 1952 fundaram o CTG Lalau Miranda, para homenagear Estanislau de Barros Miranda, popularmente chamado de Lalau Miranda, filho de Francisco de Barros Miranda, o terceiro presidente do Conselho Municipal de Passo Fundo (1865) e herói na Guerra do Paraguai.
 (Welci Nascimento é professor aposentado e sócio benemérito do CTC Lalau Miranda. Na Academia Passo-Fundense de Letras ocupa a cadeira nº 23, cujo patrono é Casimiro de Abreu.)

sábado, 31 de agosto de 2013

A origem da expressão Tchê!

“Há quem goze de nosso uso do termo “TCHÊ”, ache até chulo-grosseiro este linguajar. Se soubessem a sua origem, aí abaixo relatada, talvez mudassem sua opinião.
Sotaques e regionalismos na hora de falar são conhecidos desde os tempos de Jesus. Todos na casa do sumo sacerdote reconheceram Pedro como discípulo de Jesus pelo seu jeito "Galileu" de se expressar.No Brasil também existem muitos regionalismos. Quem já não ouviu um gaúcho dizer: "Barbaridade, Tchê"? Ou de modo mais abreviado "bah, Tchê"?Essa expressão, própria dos irmãos do sul, tem um significado muito curioso.Para conhecê-lo, é preciso falar um pouquinho do espanhol, dos quais os gaúchos herdaram seu "Tchê".Há muitos anos, antes da descoberta do Brasil, o latim marcava acentuada presença nas línguas européias como o francês, espanhol e o português. Além disso o fervor religioso era muito grande entre a população mais simples.Por essa razão, a linguagem falada no dia, era dominada por expressões religiosas como: "vá com Deus", "queira Deus que isso aconteça", "juro pelo céu que estou falando a verdade" e assim por diante.Uma forma comum das pessoas se referirem a outra era usando interjeições também religiosas como: "Ô criatura de Deus, por que você fez isso"? Ou "menino do céu, onde você pensa que vai"? Muita gente especialmente no interior ainda fala desse jeito.Os espanhóis preferiam abreviar algumas dessas interjeições e, ao invés de exclamar "gente do céu", falavam apenas Che! (se lê Tchê) que era uma abreviatura da palavra caelestis (se lê tchelestis) e significa do céu. Eles usavam essa expressão para expressar espanto, admiração, susto. Era talvez uma forma de apelar a Deus na hora do sufoco. Mas também serviam dela para chamar pessoas ou animais.Com a descoberta da América, os espanhóis trouxeram essa expressão para as colônias latino-americanas. Aí os Gaúchos, que eram vizinhos dos argentinos e uruguaios acabaram importando para a sua forma de falar.Portanto exclamar "Tchê" ao se referir a alguém significa considerá-lo alguém "do céu". Que bom seria se todos nos tratássemos assim. Considerando uns aos outros como gente do céu.Um abraço, Tchê!

Bombacha: Resumo histórico e origem.

Bombacha


Gaúchos em trajes típicos. Quando o homem usa botas, a bombacha vai por dentro das mesmas, como é mostrado.
bombacha é uma peça de roupa, calças típicas abotoadas no tornozelo, usada pelos gaúchos. O nome foi adotado do termo espanhol "bombacho", que significa "calças largas".
Pode ser feita de brimlinhotergalalgodão ou tecidos mesclados; de padrão liso, listrado ou xadrez discreto. As cores podem ser claras ou escuras, fugindo-se de cores agressivas, chocantes e contrastantes.
No Rio Grande do Sul, a bombacha, juntamente com toda a indumentária característica do gaúcho, é considerada traje oficial desde 1989, quando foi aprovada a Lei Estadual da Pilcha 1 pela Assembléia Legislativa. De acordo com a Lei, a pilcha gaúcha -- o conjunto de vestes tradicionais tanto masculino quanto feminino -- pode substituir trajes sociais -- ex. terno e gravata para os homens e vestidos de tecidos mais nobres para as mulheres -- em qualquer ocasião formal que ocorra no Rio Grande do Sul, inclusive reuniões das Assembléias Legislativas estadual e municipais, desde que se observe as recomendações ditadas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho(MTG).

    Origens

    A época em que a bombacha começou a ser utilizada pelo gaúcho não é precisa. Existem várias versões para a sua origem.
    Uns afirmam que a bombacha foi introduzida por intermédio do comércio britânico na região do Rio da Prata, por volta de 1860, das sobras dos uniformes usados pelas forças coloniais, que copiavam as vestimentas dos povos conquistados. A bombacha seria, então, de origem turca, ou talvez espólio da Guerra da Criméia (como sustenta uma outra versão).
    Há também uma versão que diz que, durante a Invasão Moura na Península Ibérica, a calça larga teria se incorporado ao vestuário donorte da Espanha, na região chamada "La Maragateria" e depois trazida para a América do Sul pelos maragatos durante acolonização. Portanto, ela teria origem árabe.
    Por fim, a última tese é de que a bombacha teria vindo com os habitantes da Ilha da Madeira.
    No Rio Grande do Sul, a vestimenta passou a ser utilizada inicialmente pelos mais pobres, no trabalho nas estâncias, logo após aGuerra do Paraguai, por causa da sua funcionalidade. Depois, passou a ser usada por todos.

    Tipos de bombacha

    Gaúchos na lida campeira, vestindo bombachas
    • Na Fronteira - são largas, com favos-de-mel (adorno na lateral também conhecido como favos-de-abelha ou ninhos); na cintura se usa, na maioria das vezes, uma larga faixa preta de lã grossa; a guaiaca tem uma ou duas fivelas , uma bolsa ao lado esquerdo para o relógio de bolso, uma bolsa maior nas costas para carregar notas de dinheiro, meio-coldre e uma bolsa menor para carregar as moedas; a faca é usada atravessada às costas.
    • Na Serra - são estreitas e também possuem favos-de-mel; não se utiliza faixa na cintura; a guaiaca é muitas vezes peluda, o coldre é inteiriço e ao lado esquerdo há um lugar para a faca; as bolsas são encontradas nos mesmos lugares da guaiaca da Fronteira.
    • No Planalto e nas Missões - são de largura média e também possuem favos-de-mel na parte lateral; não se utiliza faixa na cintura; a guaiaca é idêntica à usada na Fronteira.

    Etiqueta

    De acordo com a Lei Estadual nº 8.813, de 10 de janeiro de 1989, a forma como a indumentária gaúcha tradicional deve ser utilizada deve seguir as recomendações do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), considerado a autoridade maior da preservação da cultura gaudéria. Entre os principais pontos, destacam-se:
    • a largura das pernas da bombacha devem coincidir com a medida da cintura; ou seja, uma bombacha com 40cm de cintura deve ter 40cm de largura em cada perna;
    • o uso de favos é opcional;
    • deve-se sempre utilizar a bombacha por dentro das botas;
    • é vedado o uso de bombachas coloridas ou plissadas, bem como de camisas de cetim e estampadas, de bonés ou boinas e túnicas militares, quando se está vestindo a pilcha gaúcha;
    • não é recomendado o conjunto todo em cor preta (botas, bombacha e camisa), caracterizando o que se chama popularmente porzorro;
    • é vedado o uso de bombachas por mulheres em ocasiões formais e fandangos.
    ORIGEM A "bombacha" teve origem com os samurais (Japão); passou para a cavalaria otomana (Turquia); alastrou-se para os beduinos (Arábia); acompanhou os árabes na invasão à Ibéria (Portugual e Espanha); passou para a América do Sul (Paraguai, Argentina e Rio Grande do Sul). No Rio Grande do Sul há cinco tipos de "bombacha": 1- Larga - na serra (estilo serrano); 2- Missioneira - plissada (nas Missões); 3- Fronteiriça - preguiada (estreita ao estilo argentino); 4- Centrista - média (nem larga, nem estreita e sem requifiques); 5- Litorânea - com botões ou moedas por sobre as pacholas.
    NOTA: As "pacholas" são os enfeites laterais do próprio tecido; podem ser de gaitinha ou de favos
    Fonte de pesquisa: Wikipédia a enciclopédia livre

    A História de Bombacha – Coluna do Arno

    Algumas gravuras antigas nos mostram guerreiros de Gengis Khan usando bombachas enquanto cavalgavam seus pequenos pôneis durante suas incursões guerreiras.
    Quando os árabes invadiram a península ibérica, seus exércitos também usavam bombachas. Esses sábios bombachudos ficaram na península em torno de 600 anos, principalmente na Espanha, e uma das versões mais aceitas é de que a bombacha entrou na península Ibérica através da invasão dos árabes pelo norte da Espanha na região chamada “La Maragateira” e depois trazida para a América do sul pelos “maragatos”
    Durante a expulsão dos Mouros (árabes) da Europa, os espanhóis nobres faziam questão de não usar bombachas, pois dessa forma se contrapunham à cultura do invasor e se tornavam iguais ao restante da “nobreza européia”.
    Quando Napoleão Bonaparte invadiu o Egito (1803), nas primeiras batalhas sofreu algumas derrotas. A partir daí passou a observar os combates para descobrir onde seus soldados estavam falhando. Percebeu que seus soldados de cavalaria com os uniformes apertados e colados ao corpo eram menos ágeis que os ginetes mouros, vestidos com mantos e calças largas “bombachas”, pois com elas eram livres em seus “corcéis” e dessa forma manuseavam a cimitarra com extrema habilidade. Ao retornar à Europa, a cavalaria de elite de Napoleão usava bombachas como também sua guarda de honra. Turcos, russos, indianos, ucranianos, cossacos e afegãos também a usavam e ainda usam nos dias de hoje.
    Há uma história de que foram os Ingleses que difundiram a bombacha na América do Sul, mas na verdade eles não a difundiram como cultura e sim como mercadoria de comércio, pois a venderam como uniforme para os soldados da tríplice aliança que lutaram na guerra que eles promoveram contra o Paraguai.
    A roupa mais parecida com bombacha e que os Europeus inventaram é o “Coolote”, muito usado pelos militares de cavalaria e para o jogo de pólo. Daí vem o ditado: “Coolote é bombacha de gringo”.
    Em busca de mercados para suas indústrias, os ingleses mergulharam em uma guerra juntamente com os franceses, turcos e sardenhos contra a Rússia que também tentava expandir seu império buscando uma saída para o mar.
    Conhecida como a Guerra da Criméia, foi desta empreitada que sobraram as calças largas – bombachas – que os ingleses venderam para os Exércitos da Tríplice Aliança que guerrearam com o Paraguai.
    Quando os Jesuítas chegaram ao território missioneiro, hoje Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, os índios que aqui habitavam eram os Charruas e Minuanos, povo que vivia ainda na idade da pedra. Usavam uma vestimenta muito simples e rústica; os homens vestiam-se com uma espécie de calçote, chamado “caiapi” feito em rústicos teares e o material era de procedência vegetal, amarrado na cintura com cordas de couro ou também de vegetal. Assim nos escreve a historiadora Ítala Becker, em seu livro “Os índios Charruas e Minuanos na antiga Banda Oriental do Uruguai”.
    Os guaranis que vieram para cá acompanhando os Jesuítas que vinham do Paraguai, usavam uma roupa híbrida, isto é uma mescla de roupa nativa com um toque de roupa civilizada, uma calça de algodão e por cima uma espécie de saiote amarrado entre as pernas e na cintura, com o nome de “xiripá”. Este sim foi largamente usado, principalmente pelos ginetes guaranis em suas lides de campo.
    Até o final do século XIX, peões rio grandenses, argentinos e uruguaios ainda usavam o “xiripá” que só foi desbancado pela “bombacha” após a Guerra do Paraguai. E tenho a certeza de que foi a única coisa que os gaúchos trouxeram em sua triste bagagem desta “guerra infame” que não trouxe nenhuma glória para os homens de bem aqui do garrão sul americano.
    Os coronéis, “senhores da casa grande” não usavam bombachas, pois era considerada roupa inferior; só os peões a usavam, aliás, nas festas da casa grande, ninguém usava bombacha por ser destinada para ser usada no galpão.
    Só recentemente, no Rio Grande do Sul a bombacha passou a ser considerada roupa social, através de uma lei do governador Amaral de Sousa (1989).
    Os árabes desfilam no mundo inteiro, com seus mantos e bombachas e são admirados e respeitados. Nós, gaúchos rio grandenses, uruguaios e argentinos, adotamos a bombacha para fazer parte da nossa indumentária com a qual nos identificamos em qualquer parte do mundo. Porém, ainda sofremos olhares pejorativos quando com bombachas frequentamos algum ambiente considerado de “cola fina” (granfino).
    Quando viajo, visto bombacha ou a carrego comigo na bagagem, pois tenho orgulho em ser “Gaúcho” e integrar a comunidade mundial dos bombachudos.

    sábado, 10 de agosto de 2013

    Gaúcho

    Gaúcho é filho do pago
    Que ama e zela esta terra
    Fronteira, missões e serra,
    Campanha e litoral
    Recantos do mesmo ideal,
    Onde se vê o céu azul,
    Os rios, a mata, a flechilha
    Mas tudo é chão farropilha
    Gaúcho não é ser grosso
    Ter botas, esporas e mango
    Usar lenço chimango,
    E andar fazendo alvoroço,
    Comprando qualquer parada
    Gaúcho é ser idealista
    Peleiar só por conquista
    Em defesa da terra amada
    Gaúcho é nome de herança
    Que os bravos heróis nos legaram
    Que muito mal empregaram
    Não compreendendo por certo
    Gaúcho é ser altivo, esperto,
    Espontaneo, inteligente
    Respeitador bom amigo
    Mas quando encontra o perigo,
    Costuma chegar de frente.
    Quem foi Bento Gonçalves?
    Quem foi David Canabarro?
    Não foram estátuas de barro,
    Nem pobres leigos sem eira.
    Quem foi Pinto Bandeira?
    Eu nesses versos lhe digo
    Com altivez e estoismo,
    Foram a nata do gaúchismo,
    Do nosso Rio Grande amigo.

    domingo, 23 de junho de 2013

    Nosso objetivo é fazer a chama crioula da tradição gaúcha passar de geração à geração, através da dança gaúcha de salão de valores como: respeito, humildade, igualdade e humanidade, orientamos e ensinamos a arte fandangueira a todos desde crianças de cinco anos de idade a adultos e idosos que gostam e apreciam a tradição gaúcha.